História do Legislativo

O ex-deputado e ex-governador do Estado de Goiás, Ursulino Tavares Leão, falou à TV Assembleia sobre a 5ª e a 6ª Legislaturas, período em que ocupou cadeira na Assembleia Legislativa. A entrevista, que já foi veiculada pela TV Assembleia, será reapresentada nesta sexta-feira, 26, às 19 horas, no canal 8 da Net e no site da Casa A entrevista faz parte de uma série de depoimentos do Projeto Resgate do Legislativo, que nasceu da parceria entre a Assembleia Legislativa e a Universidade Federal de Goiás (UFG). Os depoimentos de políticos, historiadores e outras personalidades goianas serão reunidos em um documentário a ser produzido pela UFG. Fico impressionado quando vejo a estrutura da Assembleia hoje. Na nossa época, a Casa funcionava com poucas datilógrafas e consultores jurídicos, além de nossos vencimentos serem bastante pequenos. Eu, por exemplo, vinha de Anápolis para ca com meus próprios recursos e com meu próprio veículo, afirma o ex-deputado, que atualmente ocupa a cadeira nº 20 da Academia Goiana de Letras. Tive uma participação razoável no Legislativo, na luta da nossa UDN contra o então governador Mauro Borges. Era um grupo pequeno de oposição a Mauro Borges. Contudo, tivemos em Iris Rezende, do PSD, um presidente de muito equilíbrio. A Assembleia também passou por um momento difícil, quando o governador Otávio Lage fechou a Casa, entre 1966 e 1968, lembra Ursulino sobre a 5ª Legislatura (1963-1967).

Ele foi deputado estadual pela Arena, na 6ª Legislatura (1967-1971). Vice-governador, foi eleito indiretamente, na chapa encabeçada por Leonino Di Ramos Caiado. Tomou posse em 15 de março de 1971 e assumiu o Governo entre 2 e 12 de julho de 1973. O ex-governador também fala da sua área de maior interesse e formação, a advocacia. Nunca pensei em ser escritor ou político. Queria ser advogado, mas na década de 40 já comecei a me envolver com o movimento estudantil para combater o comunismo, contou. Ursulino chegou a ser vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Perfil de Ursulino Tavares Leão, elaborado pela Academia Goiana de Letras Advogado, escritor e político, Ursulino nasceu na cidade de Crixás no dia 10 de setembro de 1923, filho de Tomaz Leão da Silva e de Luíza Tavares Leão. Seus pais vieram do Maranhão e, logo em seguida, transferiram-se para a cidade de Anápolis. Ali, iniciou seus estudos com a professora Maria José Dafico de Oliveira e, depois, no Grupo Escolar Antensina de Santana, concluindo o curso primário. Fez o ginasial no Colégio Anchieta, da cidade de Bonfim, hoje Silvânia, e colaborou com o jornal A Voz Juvenil. Depois, completou-o no Colégio Arnaldo, de Belo Horizonte. Na capital mineira, colou grau em Ciências Jurídicas e Sociais, no ano de 1950. Advogou em Goiânia, Anápolis e outras cidades do interior. Pertence à Ordem dos Advogados do Brasil, secção de Goiás, da qual foi Conselheiro. Além de deputado e Governador do Estado, exerceu as funções de Procurador-geral de Justiça do Estado de Goiás no Governo Irapuan Costa Júnior, e de professor na Faculdade de Direito da Faculdade de Direito de Anápolis. Como jornalista, colaborou com o Jornal do Povo e O Momento, este último, dirigido pelos irmãos Antônio Carneiro Vaz e João Carneiro Vaz, de Goiânia, e A Imprensa, em Anápolis. Publicou as seguintes obras: Maya (romance), 1949; Existência de Marina (contos), 1967; Confissão do Abandono, discurso de posse na AGL, 1967; Livro de Ana, 1972; Fonte Expressa, 1976; Estudos sobre Aluízio de Azevedo, 1978; Salmos da terra (poemas), 1985; Praça da Vereda Maior (romance), 1986; Segundo livro de Ana (crônicas), 1980; Rodovia preferencial (contos), 1981; A procissão do silêncio (romance), 1990; Baldeação para Nínive (romance), 1994; A maldição da cruz (romance), 1996; Judith (romance), 1998; Depois e ainda (romance), 2002; Roteiro dos sentimentos da Cidade de Goiás, 2003; Vaga-Lumes na neblina (crônicas), 2005; O velho avesso do novo, parceria com Lena Leão, 2005 e Santidade e Poesia (poemas), 2006. É membro da Academia Brasiliense de Letras e sócio honorário da Academia Catalana de Letras, e também ex-presidente da Academia Goiana de Letras. A Sociedade Geográfica Brasileira de São Paulo lhe concedeu o Título do Comendador, sendo agraciado ao mesmo tempo com o Colar Marechal Rondon .